Perco-me num sonho que deixou de existir, porque foi exactamente um sonho... Olho para as curvas da lua, que nunca deixo de contemplar e nela revejo as minhas próprias curvas... curvas de uma vida perdida, de um amor que me enfeitiçou, mas que não passou disso mesmo um feitiço... Procuro uma saída mas não consigo encontrar... está tudo escuro... não existe o brilho das estrelas... procuro uma luz mas ela não aparece... Percorro uma estrada sem luz... e não sei para onde vou existem sombras que não reconheço... o meu coração bate descompassado, sem nexo, triste e perdido para sempre... Entregue a um sonho que não existe, que se apagou, tudo me parece distante e frio... Procuro na noite um conforto mas ela trás-me à memória recordações de outras noites... quentes... de risos... de cheiros... de vozes... uma voz, um olhar, um perfume que deixei de sentir porque prefiro não cheirar, não ouvir e não ver! O meu olhar cansado e apagado perde-se novamente no único brilhar que eu conheço e que sei que é para sempre... O da minha amiga LUA!
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